2023 Brasileiro Jiu-Jitsu IBJJF

Brasileiro faz recorde, mais mulheres registradas na história do evento

Brasileiro faz recorde, mais mulheres registradas na história do evento

Inclusive: têm 71 mulheres faixa preta registrados.

May 4, 2023 by Mayara Munhos
Brasileiro faz recorde, mais mulheres registradas na história do evento

Com 8 mil competidores registrados no Campeonato Brasileiro CBJJ, a edição de 2023 conta com o recorde de mais atletas incritos. Com o crescimento da comunidade do jiu-jitsu, vamos dar uma olhada nas categorias femininas.

O primeiro Campeonato Brasileiro aconteceu em 1994 para categorias femininas e masculinas. Durante essa época, o jiu-jitsu feminino não era muito promovido e só tinham 5 mulheres no campeonato inteiro, divididas em seis categorias de peso. Todas eram faixa azul.

Dois anos depois, em 1996, um crescimento foi visto: 25 categorias de peso e não apenas faixas azuis, mas também juvenis foram adicionadas, bem como a categoria de faixas roxas.

Letícia Ribeiro venceu o primeiro Brasileiro dela como adulto faixa azul peso pena naquele ano. 

“É gratificante ver o Brasileiro e o Mundial hoje em dia com o maior número de mulheres competindo na história do esporte em todas as divisões e faixas”, disse a lendária Letícia “Letty” Ribeiro em uma entrevista exclusiva para a FloGrappling.

Letty relembrou o primeiro tírulo dela. “Eu lembro do início de tudo. Meu primeiro Brasileiro foi em 1996 como faixa azul peso pena. 

Letty reminds her first title. “I remember the beginning of my journey. My first Brazilian National was in 1996 as a blue belt featherweight. Já era a categoria de peso mais cheia naquela época”, disse ela.

Em 1998, mais divisões foram adicionadas e as mulheres competiram em 76 diferentes categorias. Também foram adicionadas divisões infantis e Kyra Gracie fez sua primeira aparição e venceu o primeiro título Brasileiro na categoria infanto juvenil 1 faixa amarela.

No mesmo ano, tinha apenas uma mulher registrada na faixa preta: Patrícia Lage, uma das primeiras mulheres do mundo a alcançar a faixa preta.

Pulando para 2007, Luiza Monteiro conquistou o primeiro Brasileiro, mas, naquela época, como faixa azul (categoria meio-pesado). 16 anos depois, Luiza está indo para o Brasil para conquistar o sexto título

  • Poderíamos analisar muitos anos históricos aqui. Porém, gostaríamos de dizer que, durante todos esses anos, podemos ver muitas categorias femininas vazias. Não muito tempo atrás, em 2016, 50% das categorias de faixa preta tiveram apenas uma luta.
  • Esse ano, todas as categorias femininas estão cheias. Começando pela adulto faixa branca, a categoria mais cheia é a leve (10 mulheres no total), o que significa que precisa de pelo menos três lutas para sagrar-se campeã. 
  • Na faixa azul, temos a categoria feminina mais cheia no geral: 54 mulheres estão registradas na categoria pena, seguida de 39 na categoria leve.
  • Na faixa roxa, 32 mulheres estão registradas na caregoria leve e 13 na pena. 
  • Na faixa marrom, a categoria mais cheia é leve com 20 mulheres no total.

A categoria adulto faixa preta não é tão cheia quanto a faixa azul, mas um movimento interessante está acontecendo. Pode-se notar que de 71 mulheres registradas, 7 não são brasileiras, o que siginifica que o Brasileiro vem ganhando mais interesse e força ao redor do mundo nos últimos anos.

A primeira não-brasileira faixa preta a vencer um Brasileiro foi Ffion Davies em 2019.

Considerações de Letty Ribeiro

Líder da Gracie South Bay, Letty relembrou que o Brasileiro era o único campeonato que não misturava faixas antigamente.

"Desde o ínicio, tudo era dividido. Tinham todas as categorias femininas e sempre foi dessa maneira”, disse ela.

Leticia Ribeiro luta no Campeonato Brasileiro 1996

Letty também compartilhou que o Campeonato Mundial tinha categorias de todas as faixas misturadas para as mulheres. Embora a primeira edição do Mundial tenha sido em 1996, as categorias femininas só apareceram em 1998, na terceira edição.

“Todas as faixas competiam juntas em apenas duas categorias de peso diferentes: até 60kg e acima de 60kg. Só separaram faixa roxa quando o Mundial já era nos Estados Unidos”, disse ela.

A categoria de faixa roxa chegou apenas em 2005 e faixa marrom e preta só foram separadas de categoria em 2012.

“Hoje podemos ver a evolução das categorias femininas no esporte. Sou feliz por ter ajudado a propagar o esporte no Brasil e no mundo para hoje poder ver categorias femininas cheias e apreciadas por todos”, concluiu Letty.